Uma Casa para Clara

Dia 23/11/2021 nosso saldo é em torno de R$110.000,00. A nova sede que estamos almejando para realizar as ações está no valor de R$180.000,00 (que era o valor original dessa vakinha). Mas recebemos diversas doações de muitas pessoas, e de 04/10/2021 até 23/11/2021 conseguimos pouco mais de R$90.000,00 em doações e ações como rifas e leilão beneficente! Por isso, o valor dessa vakinha foi reajustado.

No dia 15/10/2021 estávamos com cerca de R$80.000,00.  Segue nossa postagem das redes sociais:

O casal proprietário da casa nos deu até o dia 23/11/2021 para coletar o dinheiro, mas vendo nossa luta e o espírito solidário e altruísta dos muitos doadores que abraçaram a causa, deixaram que pagássemos à vista qualquer valor acima de R$100.000,00 e o restante poderia ser parcelado. Por isso, mesmo conseguindo 110 mil, ainda estaremos com uma dívida para quitar a casa, sem contar os gastos constantes que haverá para manutenção da sede (como água, luz, produtos de limpeza, gás, materiais para as ações a serem realizadas, manutenção do inventário, etc.) e, por esse motivo, solicitamos que nos ajudem e nos apoiem. Visitem nossas redes sociais para conhecer nossos projetos, saber da nossa luta e compartilharem conosco esse sonho de ajudar o próximo!

Abaixo, apresentamos um contexto sucinto da nossa Associação e dessa ação atual!

Olá, nós da Casa de Clara somos um grupo de pessoas que busca, de modo coletivo, defender, lutar e construir no dia-a-dia um ambiente humano, solidário, marcado pelo acolhimento integral de cada pessoa, independentemente de sua condição social, política, econômica, ideológica e religiosa. Cada um de nós, atua em espaços domésticos e no mundo do trabalho baseando-nos em diferentes conhecimentos e experiências nas áreas da educação, sociologia, filosofia, política, assistência social, movimento social e cuidados com o lar, tanto em espaços formais e informais. Apostamos na parceria, no compartilhamento dos saberes e fazeres, para aguçar as potencialidades presentes em cada um, ainda que adormecidas ou mutiladas pela injustiça social. Planejamos e desenvolvemos ações, a partir de uma postura humana, solidária, democrática e inclusiva. Não toleramos atitudes excludentes ou discriminatórias em função das diferenças de raça, cor, etnia, gênero, orientação sexual, religião, condição social, posicionamento político, ou quaisquer outras formas de atuação que se mostrem vexatórias. Decidimos atuar junto a comunidades marcadas pela vulnerabilidade social, focalizando de modo especial a mulher, reconhecendo, nela, a potencialidade de gerar relações de novo tipo. Buscamos contribuir no resgate da dignidade humana e dos direitos sociais conquistados, reconhecendo e valorizando cada pessoa e seus saberes e experiências, fomentando a conquista de novos patamares emancipatórios.

Sabemos que a violência doméstica se mantém, entre outros fatores, devido à dependência emocional e econômica e à falta de informação. Trabalhar apenas em uma dessas dimensões, no nosso entender, pouco contribui com processos emancipatórios. Por isso, os projetos desenvolvidos pela Casa de Clara junto às mulheres, contemplam diferentes ações no intuito de oferecer um suporte à mulher, em busca de superação de processos de dominação e violência física ou simbólica. 

Por sua vez, as crianças e adolescentes são testemunhas vivas de experiências familiares, nem sempre as mais amorosas. Ao contrário, nessa comunidade, os relatos de situação de abandono e ou de violência física e simbólica estão presentes. 

Quando não são oferecidas a eles oportunidades de vivenciarem um espaço de valorização e de respeito a seus gostos e às suas histórias, fica muito difícil reconhecer e estimular novos talentos ou traçar linhas de contato entre eles e novas possibilidades emancipatórias. 

Os adolescentes que participaram das oficinas de violão, flauta e desenho apresentaram significativos progressos, tanto do ponto de vista da arte quanto na convivência, dando início a uma postura mais cooperativa no ambiente das atividades desenvolvidas. Ao mesmo tempo trouxeram elementos importantes para se compreender, por meio de diferentes formas, os desafios enfrentados por eles no ambiente familiar. Não obstante, alguns deles já manifestaram interesse em aprender também inglês, informática, e outros recursos e habilidades importantes no campo do trabalho. 

Por que não oferecer a esses jovens e adolescentes a oportunidade de se desenvolver nessas e em outras áreas do conhecimento de si e do mundo? 

Até o presente momento, conseguimos atuar, ainda que de forma limitada, nas seguintes três dimensões indicadas:

1. Acolhimento e escuta ativa de modo individual e coletivo;
2. Encaminhamento, sempre que solicitado a uma assessoria profissional no campo da saúde física e mental, ou na área jurídica, ou na assistência social;
3. Desenvolvimento de atividades educacionais, ocupacionais e lúdicas, através das quais a vivência solidária e o compartilhamento de experiências e emoções podem ajudar no reconhecimento dos sentimentos reprimidos e incentivar a confiança mútua.

A partir da aproximação com as demandas da comunidade, da experiência acumulada e do contato com novos colaboradores, além dessas dimensões já em curso, pretendemos também desenvolver iniciativas que visam o

1. Aperfeiçoamento profissional por meio de preparação para entrevistas de emprego;
2. Favorecimento de aprendizagem em diferentes áreas envolvendo também a qualificação ou inserção no mundo do trabalho na área da informática, dos cuidados com a beleza, como manicure, pedicure, cabeleira, entre outras possibilidades, além do artesanato e atividades culinárias.

Tais demandas das mulheres e do público infanto juvenil, associadas às características da comunidade antes citadas, ligadas aos limites e restrições de atividades online, a importância de encontros face a face e, ainda considerando a precariedade de espaço da atual sede, resolvemos nos empenhar na busca de recursos para efetivar a aquisição de uma sede própria.

Reconhecemos que os direitos conquistados por lutas populares não serão resguardados senão também por ações orgânicas da sociedade civil. O trabalho orgânico se faz necessário para auxiliar na desobstrução de canais de participação por meio do conhecimento transformacional e dinâmicas inclusivas.

Reconhecemos que a periferia urbana – local que abriga o maior percentual de trabalhadores – é também o local que abriga as maiores e mais intensas formas de exclusão e injustiça social. A exclusão, por sua vez é um regime que potencializa a fragilidade individual e a descrença em si mesmo, minando possibilidades de superação. 

Esse talvez seja o cerne da questão perante o qual nossas forças são muito limitadas. Entretanto, naquilo que podemos fazer, queremos fazer de modo inteiro, solidário e profundamente comprometido em buscar saídas coletivas, orgânicas. Simples, porém potentes. Envolvendo processo no campo da arte, educação e economia solidária.

Por isso estamos nessa campanha: 

Ajude-nos a obter recursos para adquirir nosso próprio espaço. 

Para nos conhecer melhor, visite nossas redes sociais ou entre em contato conosco. Todas nossas informações você encontra no link: https://linktr.ee/CasaDeClara