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Estágio Interdisciplinar de Vivência - EIV

ID: 826744
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Criada em: 11/12/2019
Estágio Interdisciplinar de Vivência - EIV
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O Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) é uma atividade que existe desde 1989, em vários estados do Brasil, tendo como intuito fortalecer a unidade das lutas do campo e da cidade, auxiliando na construção de outro modelo de desenvolvimento para o espaço agrário brasileiro. Em Santa Catarina existe desde 2006.

 

Hoje, com a continuidade do avanço de latifúndios no interior, o uso intensivo de agrotóxicos e transgênicos, a permanência do trabalho escravo, a opção por monoculturas como a de eucalipto, cana-de-açúcar, soja e milho, a criação de aves, suínos e bovinos a custo baixíssimo, apenas para suprir a demanda de grandes agroindústrias como a Sadia e a Perdigão, e ainda o alagamento de terras ribeirinhas para a construção de hidrelétricas, a agricultura familiar e camponesa vê-se em constante ameaça. Com isso, a possibilidade da manutenção de pequenas propriedades tem-se tornado cada vez mais inviável, obrigando grandes quantidades de agricultores e trabalhadores rurais a migrarem para os centros urbanos. Geralmente em busca de melhores condições de vida ou de sonhos enganosos propagados pelos grandes meios de comunicação.

Para reverter o quadro e fortalecer a agricultura camponesa e familiar, o EIV busca articular indivíduos engajados nas lutas da cidade (sejam elas por melhor moradia, transporte público, saneamento básico, condições de trabalho, educação, saúde, ou outras) às famílias que compõem movimentos sociais camponeses. Mais precisamente quatro deles: Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), todos vinculados à rede mundial de movimentos camponeses conhecida como Via Campesina.

Até por que, mesmo sem percebermos, a dinâmica do campo influencia diretamente na nossa vida aqui na cidade. Por exemplo:

– Cada brasileiro consome, em média, 5 litros puros de agrotóxico por ano. Isto incide nos custos dos sistemas público e privado de saúde no país. A produção agroecológica, bandeira de luta dos movimentos sociais no campo, busca não só fixar o camponês na terra, mas produzir alimentos sem veneno e cobrar por eles o preço justo – não aquele praticado atualmente pela agricultura orgânica;

– De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, do IBGE, quase 80% dos alimentos consumidos no mercado interno brasileiro são produzidos pela agricultura familiar. Afinal, quem come eucalipto? A cana-de-açúcar é voltada para a produção de combustível. A soja, para fabricar a ração que alimenta animais na Europa;

– O êxodo rural e consequente aumento populacional urbano impacta o cotidiano das cidades, aumentando as periferias, os serviços de transporte, além de levar prefeituras como a de Florianópolis a adotar políticas fascistas para migrantes pobres.

O estágio busca, então, apresentar a realidade camponesa a partir da experiência de famílias organizadas politicamente, estruturando-se em 20 dias, da seguinte forma:

– Formação: na qual os estagiários, todos reunidos num mesmo local (geralmente um assentamento da reforma agrária), estudam as condições que levam não só o campo a organizar-se desta forma, mas as diversas formas de opressão vigentes na sociedade atual, além das alternativas existentes para superá-las – principalmente as presentes na história e no presente dos movimentos camponeses;

– Vivência: os estagiários são enviados separadamente para diversas regiões do estado de Santa Catarina, passando 10 dias na casa de uma família camponesa, conhecendo seu cotidiano a partir do trabalho nas lavouras e da convivência nos mais diversos espaços.

– Socialização: os estagiários retornam ao mesmo local da preparação, para compartilhar as experiências do momento anterior e discutir formas de fortalecer na cidade as ligações com as lutas do campo.

O EIV-SC, no entanto, não ocorre apenas nos momentos de preparação, vivência e socialização apresentados.

 

Em Janeiro de 2020 acontece a 10ª Edição do EIV SC, atuando no fortalecimento da agricultura camponesa e familiar, através da articulação de indivíduos engajados nas lutas da cidade com as famílias que compõem movimentos sociais camponeses. 

 

Pra fazer o EIV possível, estão acontecendo uma série de atividades formativas e comemorativas ao longo do ano de 2019. Uma das formas é a Vakinha para ajudar no levantamento de recursos, que irão cobrir gastos de alimentação e transporte principalmente.

 

Se o campo não planta, a cidade não janta!

Se o campo não roça, a cidade não almoça!

Se o campo e a cidade se unir, a Burguesia não vai resistir!

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